O Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI 20232) tem por base o conjunto mais recente de estatísticas fornecidas pela Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) e traduz o desempenho das políticas climáticas de cada país, com o propósito de aplicar pressão sobre as nações que ainda não tomaram um posicionamento para garantir a estabilidade climática.
Em 2021, quando o CCPI foi atualizado, Portugal encontrava-se em 16.º do ranking. Este ano, 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (COP 27), o nosso país subiu dois degraus na lista de países com melhores desempenhos em relação às alterações climáticas. Esta lista não tem um líder. Aliás, o pódio está vazio , uma vez que, segundo a avaliação, não há países com políticas ambientais suficientemente ambiciosas.
Nenhum país merece uma nota de desempenho “muito alto”. – Essa classificação seria entregue a países que estão a cumprir rotinas que mantenham o aquecimento global abaixo dos 1.5 ºC (graus celsius).
Em suma, este índice avalia o que as diferentes nações mundiais estão a fazer em termos de política climática e ambiental para amenizar as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e, desta forma, proteger o planeta.
https://twitter.com/germanwatch/status/1458004232347570176
O país mais bem classificado é a Dinamarca, em 4º lugar, à frente da Suécia, apresentando (ambos) um desempenho “alto”.
Na prática, isto quer dizer que só há dez e não 13 países à frente de Portugal com melhor desempenho em relação ao clima.
O fecho recente das centrais a carvão do Pego e de Sines e da aprovação no Parlamento Português da Lei de Bases do Clima foram as principais razões de Portugal melhor no ranking, pois a redução das emissões de GEE e a da neutralidade carbónica tornou as metas mais ambiciosas.
Países que produzem muito petróleo como a Índia, Noruega e Reino Unido também recebem uma nota de desempenho “alta”. E estão os três à frente de Portugal.
Com a pior performance, a começar pelo Japão e com o Irão em último lugar da lista, da qual fazem parte duas grandes potências, China e Estados Unidos da América, nos lugares 51º e 53º respetivamente.
Por outro lado, a Associação Sistema Terrestre Sustentável (ZERO) dá a nota negativa para o capítulo dos transportes, da floresta e agricultura, defendendo que “ainda há muito por fazer”.
Os transportes continuam a poluir cada vez mais, há falta de apoio para a promoção da agricultura sustentável e surge a necessidade acrescida de adotar medidas mias eficazes para prevenir os fogos florestais “que continuam a assolar o país todos os verões e põem em causa a biodiversidade e as metas de emissões”.